22 de outubro de 2015

QUANDO A LITERATURA AJUDA NA LUTA CONTRA A PEDOFILIA

A bola da vez é Valentina, uma menina de de 12 anos que participa do programa Master Chef... bem, como eu disse ela é a bola da vez, mas são milhares de meninas e meninos que passam por situações de violência sexual diariamente. É triste mas é real e para a nossa sociedade me parece até natural, vide os comentários que vão desde culpabilizá-la pelo desejo que o homem sentiu por ela até o chamá-la de vagabunda. Enquanto os comentários pedófilos transbordam pela internet a pequena que só buscou o programa sonhando em ser chefe de cozinha não tem maturidade para lidar com o que está acontecendo. Ontem também li uma reportagem da nadadora Joana Maranhão contando sobre os abusos sexuais que sofreu quando ainda era criança e treinava em um clube, na reportagem ela também falava do silêncio que tomova conta dela toda vez que tentava dialogar com alguém sobre o que lhe acontecia e principalmente da culpa que carregou - a culpa mais uma vez - além dos danos que  a violência ocasionaram a ela. Isso tudo me tira o norte, como sou educadora e trabalho com crianças a tristeza transborda quando o assunto é violência infantil.

Esse assunto é tão sério que foi criado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes que é amparado por diversas campanhas criadas por ong's e pelo governo federal. Os números também não mentem, infelizmente não são baixos e retratam só os casos denunciados, os que ficam silenciados por vergonha ou medo nem entram nessas estatísticas.


Para denunciar o abuso e exploração
sexual infantil disque 100 ou busque
ajuda do conselho tutelar mais próximo.

Pensando nisso tudo, achei necessário apresentar dois livros que me ajudaram muito a abordar esse assunto difícil, mas necessário de falar. Principalmente para educadores, que devem estar atentos a todos os sinais dados pelas crianças, ainda mais quando esses sinais são de abuso sexual. É triste, mas é real e pode acontecer debaixo dos nossos olhares. Eu mesmo já tive um caso em sala de aula em que os livros Segredo Segredíssimo e Antônio me ajudaram muito. Em um dos casos era professora regente da turma e logo percebi que o rendimento da aluna nas avaliações estavam caindo. Mudei a estratégia de avaliação após conversar com a professora do ano anterior que me retratou um menina muito alegre. A mudança de comportamente é o principal sinal de que algo está errado, o medo de ficar sozinho e até mesmo agressividade e curiosidade nos assuntos sobre sexo. No segundo caso que vivenciei a alteração de comportamente foi o excesso de perguntas sobre sexo e a forma que perguntava foram os sinais. Nos dois casos busquei  ajuda da direção e denunciamos ao conselho tutelar, além de buscar apoio psicológico para a família. Solicitar ajuda é o primeiro passo, ainda porque a escola não resolve sozinho, temos que buscar apoio de todos os lados.


Livro: Antônio
Escritor: Hugo Monteiro Ferreira
Ilustrações: Camla Carrossine
Editora: Escrita Fina

Livro: Segredo Segredíssimo
Escritora: Odívia Barros
Ilustrações: Thais Linhares
Editora: Geração Editorial

Os dois livros tratam de pedofilia e abuso sexual com uma linguagem bem simples e mesmo a criança que não estejam passando por isso pode ler. Antônio conta a história de um garoto que sofre abusos do tio, esse livro é mais metafórico e um pouco extenso, porém uma história de fácil entendimento e muito bem escrita. O livro Segredo Segredíssimo retrata uma menina que sofre abuso de um tio também e que é ajudada por sua amiga, este é um livro mais direto e curto que faz a criança compreender a necessidade da ajuda de um adulto. As literaturas ajudam os adultos e principalmente as crianças. Devemos lembrar que esse assunto é nosso também, não é só da família. O próprio ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) traz essa obrigação coletiva pela criança e adolescente em vários momento (artº 18, artº 56). A complexida do assunto não o torna intocável, muito pelo contrário o torna necessário! 



2 de outubro de 2015

TITÃS PARA CRIANÇA SIM SENHOR!!!!

Livro: Família
Escritores: Arnaldo Antunes e Tony Bellotto
Ilustrador: Loro Verz
Editora: Salamandra

O livro acaba sendo uma jogada de mestre por transformar a canção dos Titãs em livro, primeiramente porque abre as portas para apresentar um dos discos mais importantes do rock brasileiro para os pequenos: o Cabeça Dinossauro. Segundo porque estamos em tempos de debates calorosos sobre família, portanto uma forma interessante de abordar o assunto com as crianças é unir literatura e música para trazer ao debate a diversidade dos formatos de famílias existentes. Principalmente porque dá para dialogar com a rotina de qualquer família... logicamente que toda família, em algum momento da vida, seja da forma que for, almoça junto. 

O que é faz de uma família famíla?

O livro também é permitido para os maiores e dá até para aprofundar a crítica um pouco mais e falar da instituição família e de todas as outras instituições apresentadas no disco como a polícia e a igreja por exemplo. Vale lembrar que o Cabeça Dinossauro foi lançado em 1986, momento de redemocratizaçãoda sociedade brasileira. Para quem quiser conhecer um pouco mais sobre o tão marcante álbum dos Titãs indico o artigo de  Silvia Horwat de Morais Caetano que é bem interessante e para os educadores ajudará na hora de planejar a aula.


Voltanto ao livro, eu não poderia deixar de falar das ilustrações belíssimas do artista pástico Loro Verz que faz a música se tornar “leve e engraçada”, como ele mesmo diz que vê o mundo. Suas ilustrações torna o livro divertido e nos faz rir do que há de comum em todas as famílias: rotina, medos, coragens e conflitos!






19 de setembro de 2015

TARSILA NO UNIVERSO INFANTIL

Existem diversos livros infantis sobre a Tarsila do Amaral. Tenho alguns em minha estante e resolvi compartilhar com vocês, principalmente porque acredito que as obras da artista dialogam com o universo das crianças como ninguém. Os pequenos amam observar seus traços e digo isso porque minha filha de 3 anos que adora ver-ler os livros e vez ou outra a artista visita minha sala de aula. As reações são sempre singulares e infinitas, por isso acho que Tarsila do Amaral é uma deliciosa forma de abrir as portas para o universo das artes visuais. Mas vamos ao que interessa, os livros!!!

Livros: Tarsilinha e as Cores e Tarsilinha e as Formas
Escritoras: Patrícia Engel Secco e Tarsilinha do Amaral
Ilustração: Cris Alhadeff
Editora: Melhoramentos

Esses dois livros são bem interessante para os pequeninos que estão conhecendo as cores e as formas e nada melhor do que saber um pouco mais espiando as obras da Tarsila do Amaral. São livros curtos e simples, cada página uma obra e o chamar atenção para um detalhe, uma cor e uma forma. Ótimo para quem trabalha com Educação Infantil.

Livro: Uma Aventura no Mundo de Tarsila
Escritoras: Mércia M. Leitão e Neide Duarte
Ilustração: Cláudio Martins
Editora: Editora Brasil

Nesse livro temos um menino que se aventura em uma viagem pelas obras da Tarsila do Amaral. O diferencial desse livro é que faz as crianças pensarem nas entrelinhas dos quadros, pois dialoga o tempo inteiro com o leitor. É interessante porque leva a criança a criar na criação da pintora, permitindo aos pequenos intervirem e se sentirem tarsilas. Muito legal para os pequeninos, mas bem interessante para os maiorezinhos, ou seja, educadoras da Educação Infantil ao Fundamental podem ,usar e abusar.

Livro: Tarsila do Amaral - Mestre das Artes no Brasil
Escritoras: Angela Braga e Ligia Rego
Editora: Moderna

Biografia para menores, é isso que a série Mestres das Artes no Brasil traz como proposta. Interessante é saber um pouco sobre a história da infância criativa da menina que se tornou uma grande artista, adulta que não perdeu a liberdade criativa que o universo das crianças tem. O legal também é ver como há elementos de sua história de vida dentro de seus quadros. Uma viagem ao universo caipirês da pequena notável.

Livro: Tarsila e o Papagaio Juvenal
Escritoras: Mércia Maria Leitão e Neide Duarte
Ilustrações: Nilton Bueno
Editora: Editora do Brasil

O Vendedor de Frutas foi a inspiração para uma história bem interessante, um universo em um quadro. Abre a possibilidade de pensarmos que cada quadro tem uma história então se não foi escrita, porque não propor aos pequenos que escreva suas versões sobre o quadro e os que ainda não dominam o código da escrita pode contar e recontar histórias sobre os quadros. Bem instigante esse livro, pois abre um universo de atuação.

Livro: O Anel Mágico da Tia Tarsila
Escritora: Tarsila do Amaral
Editora: Companhia das Letrinhas

O que pode passar pelo buraco de um anel? Presenteado pela Tarsila do Amaral se torna mágico e conseguentemente uma viagem ao tempo... e é assim que se apresenta o livro escrito pela sobrinha da Tarsila do Amaral. Ela narra a história da tia ilustrada pelas suas obras de arte como se tivesse vivido tudo isso bem de perto. Vai contando a vida, da infância à vida adulta, de quem não só herdou o nome e o anel, mas todas as lembranças vividas e resgatada nas pesquisas que se debruçou. Muito bem escrito e ótimo para crianças e adultos.

Livro: O Sonho do Abaporu
Escritor: Marcelo Cipis
Ilustração: Cipis d'après Tarsila
Editora: Caramelo

Por último ficou o preferido da minha filha, seu livro de cabeceira. Como ela ama o Abaporu o livro é lido e relido, pois conta aos pequenos que o Abaporu fugiu do quadro e foi perambular por outros lugares... recheado de ilustrações modernistas o livro nos brinda com a liberdade que a obra de arte de Tarsila do Amaral possui. Asas à imaginação e coloca asas nisso!!!! 

5 de setembro de 2015

POEMA PIAL E A LIBERDADE DE FERNANDO PESSOA PARA OS PEQUENOS.

Livro: Poema Pial
De: Fernando Pessoa
Organização: Maria Viana
Ilustração: Rosinha
Editora: Larousse Júnior

Tão pequenos e já conhecem Fernando Pessoa? Lógico que sim!!!! Sou o tipo de adulto que acho que a criança tem sensibilidade para dialogar com todas as artes, não acredito que exista arte para adulto e arte para criança, sendo assim defendo sempre ampliar o repertório dos pequenos... então vamos apresentar para eles o universo do poeta português Fernando Pessoa. Por que não?
Bem, para quem tem dúvidas de como, a dica que segue é do livro que traz o Poema Pial, um poema que parece não ter pé e nem cabeça... mas é isso mesmo que as poesias nonsense quer despertar no leitor: risos e surpreender. Tudo isso com um jogo de palavras que parece dizer nada, mas que, paradoxalmente, diz muito na construção poética. Ainda mais quando se diz para uma criança que tem a liberdade para navegar nesse surrealismo que muitas vezes nós adultos perdemos.
Outro ponto alto do livro é que resgata a história do poema através da belíssima ilustração, inspiradas em azulejos, que mostra uma viagem de trem, porque foi assim que nasceu o Poema Pial. Ah!!! Tenho a obrigação de dizer que tem instruções do próprio Fernando Pessoa  que vale seguir passo a passo ao ler esse instigante poema: “ Este poema deve ser lido de noite e num quarto sem luz... Não é preciso agitar antes de usar.”


30 de agosto de 2015

FOREVER YOUNG, BOB DYLAN VIROU LIVRO

Sabe aquele canção que você ama e que faz parte da trilha sonora da sua vida? Bob Dylan faz parte da minha vida e de alguns pais, mães, avós e avôs que conheço. A novidade é que ela virou livro e você pode apresentar a "música de adulto e de antigamente" para seus pequenos.
Bob Dylan fez parte da minha infância, era o som que meu tio tocava no fim da tarde com gaita e violão, era a música que estava no toca-fitas do carro para viajar... bem estava presente e quando vi que virou livro resolvi presentear minha filha com um pedacinho da minha história e nem preciso dizer que ela amou a magia de ver a música que a mamãe ouvia quando pequena no livro dela.

                                                     Livro: Forever Young
                                                                       Ilustração: Paul Rogers
                                                                       Escritor: Bob Dylan
                                                                       Editora: Martins Fontes

Mas chega de lero-lero e vamos ao que interessa: o livro! A canção que Bob Dylan fez para seu filho foi lindamente ilustrada por Paul Rogers que conseguiu criar o clima da música "Forever Young" a cada página e mostar a música como talvez nunca pensássemos, porque na realidade, além da música, ele ilustrou a vida do Bob Dylan, uma biografia de imagens embalada pela canção. O melhor de tudo é que ná útlima página ele explica cada ilustração e indica outras músicas do Bob Dylan. Uma obra-prima!!! Outro ponto positivo para nós é que o livro é bilingue, o que é maravilhoso para as crianças que já estão fazendo inglês.

                                                                   Notas do ilustrador.

Os que não conhecem Bob Dylan é um bom momento para conhecer na boa companhia de uma criança. Para os professores só digo que dá pano para manga... imagina uma autobiografia dos seus alunos ilustradas e com letra de uma música. Cada um fazendo a sua, pesquisando sua história e escrevendo seu livro. Outro aspecto explorável do livro é o estilo músical, conhecer o que deu origem ao que é ampliar a visão de mundo e oferecer diversidade cultural para eles, imagina um festival de história da música... e sem contar o fato de trabalhar o incentivo ao outro e o desapego inspirado na tradição country de dar um violão como prova de amizade e admiração. Vamos fazer nossos alunos se conhecerem melhor e doar algo para o outro que pode contribuir para seu desenvolvimento. O que é maravilhoso no livro são as possibilidades das diferentes disciplinas dialogarem, confira em algumas imagens:




25 de agosto de 2015

FAVELA: HISTÓRIA, ORGULHO E IDENTIDADE.

Essa aula surgiu da dificuldade em que as pessoas tinham em falar FAVELA para se referir ao local que trabalhavam e moravam. Então resolvemos conhecer um pouco sobre essa história. Assim trabalhamos identidade, moradia e comunidade mergulhando no universo das crianças. Nossos alunos residem em uma favela da zona norte carioca e nada mais interessante do que deixar o cotidiano deles entrarem para sala de aula.
Iniciamos convidando as crianças para saírem da creche. Do lado de fora foi contada a história do livro Esta é minha casa de Ana Maria Machado. Após leitura do livro e um debate curto, porque eles estavam preocupados em olhar o que tinha do lado de fora, partimos para dar uma espiada panorâmica e um passeio pelas proximidades da creche. Vimos tudo o que eles quiseram mostrar e quando voltamos para sala de aula mostramos fotografias e pinturas de diferentes favelas para todos. Assim eles puderam observar outras favelas, e perceber diferenças e semelhanças entre elas. Também foram sensibilizados olhares para formas geométricas que encontravam nas artes, antes mesmo de apresentá-las.



Em seguida as crianças foram questionadas o que eles achavam que era favela. Alguns se entre olharam e não responderam, outros diziam que era o morro. Enfim, contamos a eles a história do nome FAVELA de forma dramatizada e com imagens. A curiosidade após a descoberta da árvore Favela foi maravilhosa. Como a medida que a história surgia a sala ficava recheada de imagens, principalmente da árvore, eles puderam observar as folhas, troncos e frutos dela. Depois de muito observar os pequenos foram convidados a tocar na terra, plantar e depois construir uma árvore de Favela. 





Também trouxemos o universo das casas, durante o passeio e nas obras de arte apresentadas eles foram convidados a observarem as casas, muitos mostraram as casas que moravam e fizemos diferentes técnicas para construirmos nossas casas, com muitos vizinhos e trabalhamos muita matemática nesses dias.





Após a árvore e casas prontas, voltamos ao diálogo de que assim surgiu o nome do local que eles moravam, de uma linda árvore e aos pés da nossa Favela montamos uma favela bem parecida com a favela que eles moram.



O diverdito nisso tudo e essencial é ver as crianças ampliando a visão de mundo de forma dialógica e positivada na construção a suas identidades. Lindo, lindo eles levando para fora da sala de aula os conhecimentos deles, explicando o mural e "ensinando" aos seus responsáveis terem orgulho do nome favela. 
Tudo isso dialogando com várias áreas de conhecimentos, sem que eles notassem conheceram formas geométricas, partes das plantas, letramento, artes. 




22 de agosto de 2015

ARNALDO ANTUNES PARA MENORES!

                                                             Livro: Cultura
                                                             Escritor: Arnaldo Antunes
                                                             Ilustrador: Thiago Lopes
                                                             Editora: Iluminuras

Uma poesia que virou música ou uma música que é poesia? Ah!!!! Pouco importa isso, o elementar é que de repente virou livro infantil!!!!

O livro Cultura é uma delícia para ler por ler, para adulto e criança lerem sozinhos ou para ler para criança. Uma literatura sobre pontos de vista, que mostra diferentes formas de ver as coisas. Arnaldo Antunes brinca com as palavras – o que sempre faz com grande maestria - e as ressignificam dentro de contextos inesperados. Na realidade uma grande brincadeira com nossa língua e nossos olhares para o que está naturalizado e de quebra conta com as excelentes ilustrações de Thiago Lopes que é um facilitador para nos encontrarmos com a essência do livro.


24 de maio de 2015

OS TRÊS PORQUINHOS, UMA FORMA DIFERENTE DE TRABALHAR O CLÁSSICO

Digamos que seja inevitável trazer aquele livro para sala de aula, aquele que aparece todos os anos, desde o tempo de nossas avós... podemos até trazer esses clássicos para as nossas aulas, o que não precisamos fazer as mesmas atividades de sempre. Vamos ressignificar a forma que levaremos os clássicos para a sala de aula.


O livro em questão foi “Os Três Porquinhos”. A história foi lida para as crianças que já conheciam e participaram de toda a contação. Em seguida não falamos das casas de madeira, palha e tijolo. Isso mesmo não trabalhamos moradia e sim o sopro do lobo. Então foram vários exercícios fonoarticulatórios, para desenvolver a oralidade dos pequenos. 




Primeiro treinamos o sopro e o respirar, que consiste em inspirar pelo nariz e expirar pela boca. Em seguida começamos a trabalhar com a força do sopro do lobo. E o primeiro desafio foi encher o balão de gás. Lógico que a maioria não tinha força para isso, então fomos enchendo e entregando aos alunos que tinham de brinca de manter o balão no alto soprando.


 


Em seguida fizemos arte. Os alunos tinham que escolher três cores e soprar com um canudo largo para que elas se espalhassem. E as tintas sopradas iam tomando belas formas.



Utilizamos a força do ar, fizemos pinturas com o ar quente do secador de cabelo e olhem no que deu.

 

De forma interdisciplinar fomos inserindo o conceitos. Aprendemos que o ar está em todo o espaço, temperatura (ar quente e ar frio), que o vento é o ar em movimento, tudo isso acompanhado também da música “O Ar” do Vinícius de Moraes, que explica muito bem o que é o ar.



Ah!!!! Outro aspecto que está presente em alguns livros dos três porquinhos é a ideia que os dois primeiros porquinhos eram preguiçosos e não queriam ter trabalho para tocar. Abolimos esse aspecto do livro e falamos que eles eram mais práticos e que outras coisas eram prioritárias para eles, como estudar música e trabalhar como músicos. Acho que isso é o mais importante quando trabalhamos com os clássicos, quais conceitos vamos deixar se cristalizar nas crianças.

1 de maio de 2015

VOLPI NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Dessa vez eu não vou colocar o passo a passo da realização do trabalho. Fiz essa opção porque as atividades que iniciaram em um dia terminavam no dia seguinte ou até dois dias depois... Foi um trabalho que exigiu, mais que os outros, pois retomava ao debatido a todo momento. Porém foi um dos trabalhos com artista plástico que mais senti efeito quando as crianças convidavam os responsáveis a olharem a exposição. As explicações dadas aos adultos eram ótimas. Pois bem vamos falar do que interessa.

 
                                      Livro: Volpi                                                   Livro: Volpi
                                      Coleção: Crianças Famosas                           Coleção: Mestres da Arte do Brasil
                                      Escritora: Nereida S. Santa Rosa                   Escritora: Nereide Schilaro Santa Rosa
                                      Ilustração: Angelo Bonito                             Editora: Moderna
                                      Editora: Callis                                                 

Inciamos a semana, apresentando o artista para as crianças. Primeiramente foi feita a contação da história da vida do artista quando era pequeno e depois da leitura e debates foi apresentado um monte de obras do Volpi para as crianças. Elas manusearam as pinturas e perceberam as cores e formas que foi usada para pintar seus quadros. Depois escolhemos um canto da sala para expor os quadro do artista que estaria com a gente durante a semana.


Uma atividade realizada foi um grande painel de bandeiras, como já havíamos trabalhado formas geométricas e os alunos já estavam bem conectados com as pontas dos triângulos, ângulos como eles aprenderam, também retomamos a forma geométrica, pois as bandeiras são dois triângulos de cabeça para baixo, como uma criança observou. Para fazer o grande painel usamos diferentes técnicas. Fizemos bandeiras com bolinhas de crepom trabalhamos a psicomotricidade, fizemos com retalhos de tecido, giz de cera ralado, papel picado e ponta de lápis, o que nos permitiu trabalhar as diferentes texturas.




Outra criação que fizemos foi ampliar a obra de arte do Volpi Fachada Festiva, a ideia de fazer a obra sair do quadro foi para que os alunos pudessem interagir e viver a obra na integra, além de trabalharmos os conceitos de grande, pequeno, maior e menor. Então fizemos uma grande Fachada Festiva. Para essa atividade falamos das casas e como elas eram retratadas pelo pintor. Vimos diferentes moradias e observamos as variadas fachadas e como são compostas. Em seguida falamos do ofício do pintor de casas, que é tão belo e importante quanto do pintor de quadros e convidamos os alunos a pintarem paredes da fachada que faríamos. Usamos rolinhos para fazer, assim fizemos um apanhado das diferentes ferramentas de trabalho utilizados pelos dois ofícios. Depois de montada a obra ficou na sala para as crianças interagirem com a realização delas. Como as portas abriam e fechavam eles podiam entrar e sair do quadro a hora que desejassem. Assim foi uma bagunça diferente, bem gostosa e cheia de alegria. Eles se sentiram dentro do quadro.


 

Também fizemos livres criações com a bandeirinhas de várias cores e tamanhos. Os alunos pintaram a folha de ofício da cor escolhida e depois foram colocando as bandeiras que desejaram. Como esse trabalho foi individual pude ter um retorno de tudo que foi mostrado: cores, formas geométricas, tamanhos e um pouco da vida do artista.





Acredito que essa é uma forma gostosa de aprender na Educação Infantil, o brincar com as diferentes expressões artísticas fazem com que as crianças ampliem seu capital cultural, desenvolvam a linguagem, a psicomotricidade e o pensamento matemático. Tudo isso de forma prazerosa, porque o aprendizado que fica é aquele que é feito com alegria.