25 de agosto de 2015

FAVELA: HISTÓRIA, ORGULHO E IDENTIDADE.

Essa aula surgiu da dificuldade em que as pessoas tinham em falar FAVELA para se referir ao local que trabalhavam e moravam. Então resolvemos conhecer um pouco sobre essa história. Assim trabalhamos identidade, moradia e comunidade mergulhando no universo das crianças. Nossos alunos residem em uma favela da zona norte carioca e nada mais interessante do que deixar o cotidiano deles entrarem para sala de aula.
Iniciamos convidando as crianças para saírem da creche. Do lado de fora foi contada a história do livro Esta é minha casa de Ana Maria Machado. Após leitura do livro e um debate curto, porque eles estavam preocupados em olhar o que tinha do lado de fora, partimos para dar uma espiada panorâmica e um passeio pelas proximidades da creche. Vimos tudo o que eles quiseram mostrar e quando voltamos para sala de aula mostramos fotografias e pinturas de diferentes favelas para todos. Assim eles puderam observar outras favelas, e perceber diferenças e semelhanças entre elas. Também foram sensibilizados olhares para formas geométricas que encontravam nas artes, antes mesmo de apresentá-las.



Em seguida as crianças foram questionadas o que eles achavam que era favela. Alguns se entre olharam e não responderam, outros diziam que era o morro. Enfim, contamos a eles a história do nome FAVELA de forma dramatizada e com imagens. A curiosidade após a descoberta da árvore Favela foi maravilhosa. Como a medida que a história surgia a sala ficava recheada de imagens, principalmente da árvore, eles puderam observar as folhas, troncos e frutos dela. Depois de muito observar os pequenos foram convidados a tocar na terra, plantar e depois construir uma árvore de Favela. 





Também trouxemos o universo das casas, durante o passeio e nas obras de arte apresentadas eles foram convidados a observarem as casas, muitos mostraram as casas que moravam e fizemos diferentes técnicas para construirmos nossas casas, com muitos vizinhos e trabalhamos muita matemática nesses dias.





Após a árvore e casas prontas, voltamos ao diálogo de que assim surgiu o nome do local que eles moravam, de uma linda árvore e aos pés da nossa Favela montamos uma favela bem parecida com a favela que eles moram.



O diverdito nisso tudo e essencial é ver as crianças ampliando a visão de mundo de forma dialógica e positivada na construção a suas identidades. Lindo, lindo eles levando para fora da sala de aula os conhecimentos deles, explicando o mural e "ensinando" aos seus responsáveis terem orgulho do nome favela. 
Tudo isso dialogando com várias áreas de conhecimentos, sem que eles notassem conheceram formas geométricas, partes das plantas, letramento, artes. 




22 de agosto de 2015

ARNALDO ANTUNES PARA MENORES!

                                                             Livro: Cultura
                                                             Escritor: Arnaldo Antunes
                                                             Ilustrador: Thiago Lopes
                                                             Editora: Iluminuras

Uma poesia que virou música ou uma música que é poesia? Ah!!!! Pouco importa isso, o elementar é que de repente virou livro infantil!!!!

O livro Cultura é uma delícia para ler por ler, para adulto e criança lerem sozinhos ou para ler para criança. Uma literatura sobre pontos de vista, que mostra diferentes formas de ver as coisas. Arnaldo Antunes brinca com as palavras – o que sempre faz com grande maestria - e as ressignificam dentro de contextos inesperados. Na realidade uma grande brincadeira com nossa língua e nossos olhares para o que está naturalizado e de quebra conta com as excelentes ilustrações de Thiago Lopes que é um facilitador para nos encontrarmos com a essência do livro.


24 de maio de 2015

OS TRÊS PORQUINHOS, UMA FORMA DIFERENTE DE TRABALHAR O CLÁSSICO

Digamos que seja inevitável trazer aquele livro para sala de aula, aquele que aparece todos os anos, desde o tempo de nossas avós... podemos até trazer esses clássicos para as nossas aulas, o que não precisamos fazer as mesmas atividades de sempre. Vamos ressignificar a forma que levaremos os clássicos para a sala de aula.


O livro em questão foi “Os Três Porquinhos”. A história foi lida para as crianças que já conheciam e participaram de toda a contação. Em seguida não falamos das casas de madeira, palha e tijolo. Isso mesmo não trabalhamos moradia e sim o sopro do lobo. Então foram vários exercícios fonoarticulatórios, para desenvolver a oralidade dos pequenos. 




Primeiro treinamos o sopro e o respirar, que consiste em inspirar pelo nariz e expirar pela boca. Em seguida começamos a trabalhar com a força do sopro do lobo. E o primeiro desafio foi encher o balão de gás. Lógico que a maioria não tinha força para isso, então fomos enchendo e entregando aos alunos que tinham de brinca de manter o balão no alto soprando.


 


Em seguida fizemos arte. Os alunos tinham que escolher três cores e soprar com um canudo largo para que elas se espalhassem. E as tintas sopradas iam tomando belas formas.



Utilizamos a força do ar, fizemos pinturas com o ar quente do secador de cabelo e olhem no que deu.

 

De forma interdisciplinar fomos inserindo o conceitos. Aprendemos que o ar está em todo o espaço, temperatura (ar quente e ar frio), que o vento é o ar em movimento, tudo isso acompanhado também da música “O Ar” do Vinícius de Moraes, que explica muito bem o que é o ar.



Ah!!!! Outro aspecto que está presente em alguns livros dos três porquinhos é a ideia que os dois primeiros porquinhos eram preguiçosos e não queriam ter trabalho para tocar. Abolimos esse aspecto do livro e falamos que eles eram mais práticos e que outras coisas eram prioritárias para eles, como estudar música e trabalhar como músicos. Acho que isso é o mais importante quando trabalhamos com os clássicos, quais conceitos vamos deixar se cristalizar nas crianças.

1 de maio de 2015

VOLPI NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Dessa vez eu não vou colocar o passo a passo da realização do trabalho. Fiz essa opção porque as atividades que iniciaram em um dia terminavam no dia seguinte ou até dois dias depois... Foi um trabalho que exigiu, mais que os outros, pois retomava ao debatido a todo momento. Porém foi um dos trabalhos com artista plástico que mais senti efeito quando as crianças convidavam os responsáveis a olharem a exposição. As explicações dadas aos adultos eram ótimas. Pois bem vamos falar do que interessa.

 
                                      Livro: Volpi                                                   Livro: Volpi
                                      Coleção: Crianças Famosas                           Coleção: Mestres da Arte do Brasil
                                      Escritora: Nereida S. Santa Rosa                   Escritora: Nereide Schilaro Santa Rosa
                                      Ilustração: Angelo Bonito                             Editora: Moderna
                                      Editora: Callis                                                 

Inciamos a semana, apresentando o artista para as crianças. Primeiramente foi feita a contação da história da vida do artista quando era pequeno e depois da leitura e debates foi apresentado um monte de obras do Volpi para as crianças. Elas manusearam as pinturas e perceberam as cores e formas que foi usada para pintar seus quadros. Depois escolhemos um canto da sala para expor os quadro do artista que estaria com a gente durante a semana.


Uma atividade realizada foi um grande painel de bandeiras, como já havíamos trabalhado formas geométricas e os alunos já estavam bem conectados com as pontas dos triângulos, ângulos como eles aprenderam, também retomamos a forma geométrica, pois as bandeiras são dois triângulos de cabeça para baixo, como uma criança observou. Para fazer o grande painel usamos diferentes técnicas. Fizemos bandeiras com bolinhas de crepom trabalhamos a psicomotricidade, fizemos com retalhos de tecido, giz de cera ralado, papel picado e ponta de lápis, o que nos permitiu trabalhar as diferentes texturas.




Outra criação que fizemos foi ampliar a obra de arte do Volpi Fachada Festiva, a ideia de fazer a obra sair do quadro foi para que os alunos pudessem interagir e viver a obra na integra, além de trabalharmos os conceitos de grande, pequeno, maior e menor. Então fizemos uma grande Fachada Festiva. Para essa atividade falamos das casas e como elas eram retratadas pelo pintor. Vimos diferentes moradias e observamos as variadas fachadas e como são compostas. Em seguida falamos do ofício do pintor de casas, que é tão belo e importante quanto do pintor de quadros e convidamos os alunos a pintarem paredes da fachada que faríamos. Usamos rolinhos para fazer, assim fizemos um apanhado das diferentes ferramentas de trabalho utilizados pelos dois ofícios. Depois de montada a obra ficou na sala para as crianças interagirem com a realização delas. Como as portas abriam e fechavam eles podiam entrar e sair do quadro a hora que desejassem. Assim foi uma bagunça diferente, bem gostosa e cheia de alegria. Eles se sentiram dentro do quadro.


 

Também fizemos livres criações com a bandeirinhas de várias cores e tamanhos. Os alunos pintaram a folha de ofício da cor escolhida e depois foram colocando as bandeiras que desejaram. Como esse trabalho foi individual pude ter um retorno de tudo que foi mostrado: cores, formas geométricas, tamanhos e um pouco da vida do artista.





Acredito que essa é uma forma gostosa de aprender na Educação Infantil, o brincar com as diferentes expressões artísticas fazem com que as crianças ampliem seu capital cultural, desenvolvam a linguagem, a psicomotricidade e o pensamento matemático. Tudo isso de forma prazerosa, porque o aprendizado que fica é aquele que é feito com alegria.