Nome: Bruna e a Galinha d'Angola
Autor: Gercilga de Almeida
Ilustração: Valéria Saraiva
Editora: Pallas
Para realizar esse projeto que foi muito prazeroso usamos o livro “Bruna e a Galinha
de Angola” de Gercilga de Almeida, mas antes de trazer a literatura
tivemos que preparar os pequenos. O ponto de partida para iniciar a
semana foi a história de cada criança, onde refletimos
que mesmo tão pequenos eles já têm história que vem antes deles
nascerem, que a família deles carregam, assim apresentamos aos
alunos o conceito de ancestralidade
e o valor das artes e da oralidade,
no caso usamos a fotografia para narrativa de suas histórias.
Construímos uma linha do tempo com imagens dos alunos na barriga da
mãe, bebês e nos dias de hoje, com quatro anos. Apresentamos como é
quando uma criança está no ventre materno usando filme do
desenvolvimento do feto e mostrando ultrassonografias, reproduzimos
com uma boneca o ventre materno, com cordão umbilical em um saco
transparente cheio d'água e para findar o primeiro momento
assistimos o desenho “Kiriku e a Feiticeira”, que nos fez
refletir sobre nosso papel como sujeito social e como fazemos parte
desse universo antes mesmo de nascer.
Com
os conceitos que são necessários para compreender a história e seu
contexto apresentados fizemos a contação da história proposta e nesse
momento as crianças ficaram envolvidíssimas, pois além do livro
outro recurso utilizado foi os “panôs” que é uma das abordagens
do livro e têm o intuito de resgatar as histórias através da arte
de pintar tecido. As páginas do livro foram todas reproduzidas em
tecidos grandes para que os alunos pudessem se envolver integralmente
com a literatura e perceber essa forma de contar a história, de trazer à tona suas ancestralidade., reafirmando-lhes
a importância da oralidade nas culturas africanas. Após a contação
de história foi possível recriar um espaço de compartilhamento do
que foi ouvido, pois as crianças contaram e recontaram o que as
imagens falavam, baseado no que escutaram.
Enquanto o grupo manuseava os panôs da história os alunos foram
convidados, individualmente, a construírem seus próprios panôs,
pintando em tecido com uma variedade de cores e pinceis. Foi
apresentado algumas imagens de panôs africanos e assim cada aluno
pode explorar a sua liberdade criativa se inspirado nas imagens, onde
resultou belas pinturas.
No
terceiro dia os alunos foram convidados para relembrar o que foi
apresentado nos dias anteriores focando na galinha, onde apresentamos a
lenda da Galinha d'Angola, a música do Vinícius de Moraes de mesmo
nome e produzimos um fantoche de vara com as mãos dos alunos para
brincarmos de teatro. Pintamos as mãos de preto que foi usada como
carimbo em um papel cartão. Em seguida as crianças fizeram pintas
na galinha com o dedo. Essa atividade foi de grande produtividade,
pois enquanto alguns cantavam a música outros encenavam as histórias
ouvidas, “Bruna e a Galinha d'Angola” e “A lenda da galinha
d'Angola”. O palco ficou livre para que os alunos apresentassem o
que lhes despertassem desejo de apresentarem dentro da temática.
Também
apresentamos aos alunos o vídeo do livro trabalhado que foi
produzido pela Cor da Cultura no projeto Livro Animado. Assim houve
uma interação de outro recurso para interação com a história e os
alunos tiveram a oportunidade de relembrar o livro lido no início da
semana. Em seguida apresentamos um mapa gigante da África para que
os alunos pudessem localizar Angola e visualizar a cartografia do
continente. Outra atividade que realizamos nesse momento foi
relembrar que o tio de Bruna era oleiro e que a mesma aprendeu a
fazer galinhas de barro. Foi apresentado uma galinha de barro
produzida por uma educadora da turma e trouxemos os alunos para
experiência de manusear o barro e construir a sua própria
escultura.
Para findar o projeto inspirado no livro fizemos a montagem de nossa exposição, pois todos os trabalhos ficaram expostos na entrada do colégio para que a lei 10.639/03 fosse para além dos muros da escola e que qualquer pessoas que pela escola adentrasse pudesse se sensibilizassem com tão rica cultura, além de dar oportunidade aos alunos reviverem o que foi produzido durante a semana contando e recontando a exposição para seus responsáveis. Nesse dia foi apresentado aos alunos a música da artista Angelique Kidjo e retornamos ao mapa para ver em que local fica Benin cidade onde a cantora nasceu e para finalizar a semana as crianças foram convidadas a dançarem com tecidos, no ritmo e essência da música.
As
crianças que estou trabalhando nesse ano tiveram o primeiro contato,
dentro do espaço escolar, com as culturas e histórias da África o
que torna positivo devido a forma que eles estão mergulhando nesse
contato. Simplesmente porque os alunos começam a se identificar com
vários elementos a medida que vamos apresentando novas artes e
contando histórias, contribuindo para um aproximar-se das culturas
afrodescendetes de forma fascinante.
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