4 de outubro de 2014

BRUNA E A GALINHA D'ANGOLA

Nome: Bruna e a Galinha d'Angola

Autor: Gercilga de Almeida
Ilustração: Valéria Saraiva
Editora: Pallas


Para realizar esse projeto que foi muito prazeroso usamos o livro “Bruna e a Galinha de Angola” de Gercilga de Almeida, mas antes de trazer a literatura tivemos que preparar os pequenos. O ponto de partida para iniciar a semana foi a história de cada criança, onde refletimos que mesmo tão pequenos eles já têm história que vem antes deles nascerem, que a família deles carregam, assim apresentamos aos alunos o conceito de ancestralidade e o valor das artes e da oralidade, no caso usamos a fotografia para narrativa de suas histórias. Construímos uma linha do tempo com imagens dos alunos na barriga da mãe, bebês e nos dias de hoje, com quatro anos. Apresentamos como é quando uma criança está no ventre materno usando filme do desenvolvimento do feto e mostrando ultrassonografias, reproduzimos com uma boneca o ventre materno, com cordão umbilical em um saco transparente cheio d'água e para findar o primeiro momento assistimos o desenho “Kiriku e a Feiticeira”, que nos fez refletir sobre nosso papel como sujeito social e como fazemos parte desse universo antes mesmo de nascer.  
  
   

 

Com os conceitos que são necessários para compreender a história e seu contexto apresentados fizemos a contação da história proposta e nesse momento as crianças ficaram envolvidíssimas, pois além do livro outro recurso utilizado foi os “panôs” que é uma das abordagens do livro e têm o intuito de resgatar as histórias através da arte de pintar tecido. As páginas do livro foram todas reproduzidas em tecidos grandes para que os alunos pudessem se envolver integralmente com a literatura e perceber essa forma de contar a história, de trazer à tona suas ancestralidade., reafirmando-lhes a importância da oralidade nas culturas africanas. Após a contação de história foi possível recriar um espaço de compartilhamento do que foi ouvido, pois as crianças contaram e recontaram o que as imagens falavam, baseado no que escutaram. Enquanto o grupo manuseava os panôs da história os alunos foram convidados, individualmente, a construírem seus próprios panôs, pintando em tecido com uma variedade de cores e pinceis. Foi apresentado algumas imagens de panôs africanos e assim cada aluno pode explorar a sua liberdade criativa se inspirado nas imagens, onde resultou belas pinturas.

   

 
 

No terceiro dia os alunos foram convidados para relembrar o que foi apresentado nos dias anteriores focando na galinha, onde apresentamos a lenda da Galinha d'Angola, a música do Vinícius de Moraes de mesmo nome e produzimos um fantoche de vara com as mãos dos alunos para brincarmos de teatro. Pintamos as mãos de preto que foi usada como carimbo em um papel cartão. Em seguida as crianças fizeram pintas na galinha com o dedo. Essa atividade foi de grande produtividade, pois enquanto alguns cantavam a música outros encenavam as histórias ouvidas, “Bruna e a Galinha d'Angola” e “A lenda da galinha d'Angola”. O palco ficou livre para que os alunos apresentassem o que lhes despertassem desejo de apresentarem dentro da temática.


 

Também apresentamos aos alunos o vídeo do livro trabalhado que foi produzido pela Cor da Cultura no projeto Livro Animado. Assim houve uma interação de outro recurso para interação com a história e os alunos tiveram a oportunidade de relembrar o livro lido no início da semana. Em seguida apresentamos um mapa gigante da África para que os alunos pudessem localizar Angola e visualizar a cartografia do continente. Outra atividade que realizamos nesse momento foi relembrar que o tio de Bruna era oleiro e que a mesma aprendeu a fazer galinhas de barro. Foi apresentado uma galinha de barro produzida por uma educadora da turma e trouxemos os alunos para experiência de manusear o barro e construir a sua própria escultura.

    
 

Para findar o projeto inspirado no livro fizemos a montagem de nossa exposição, pois todos os trabalhos ficaram expostos na entrada do colégio para que a lei 10.639/03 fosse para além dos muros da escola e que qualquer pessoas que pela escola adentrasse pudesse se sensibilizassem com tão rica cultura, além de dar oportunidade aos alunos reviverem o que foi produzido durante a semana contando e recontando a exposição para seus responsáveis. Nesse dia foi apresentado aos alunos a música da artista Angelique Kidjo e retornamos ao mapa para ver em que local fica Benin cidade onde a cantora nasceu e para finalizar a semana as crianças foram convidadas a dançarem com tecidos, no ritmo e essência da música.

 

As crianças que estou trabalhando nesse ano tiveram o primeiro contato, dentro do espaço escolar, com as culturas e histórias da África o que torna positivo devido a forma que eles estão mergulhando nesse contato. Simplesmente porque os alunos começam a se identificar com vários elementos a medida que vamos apresentando novas artes e contando histórias, contribuindo para um aproximar-se das culturas afrodescendetes de forma fascinante.

    



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