Livro: As Cientistas, 50 mulheres que mudaram o mundo.
Escritora e Ilustradora: Rachel Ignotovsky
Editora: Blucher
Na
escola nunca ouvi falar de mulheres cientistas. Confesso que comecei
a dar aula muito cedo e por mais que fosse progressista em sala de
aula não tinha um olhar tão crítico quanto ao apagamento das
mulheres na história. Nos meus primeiros anos como professora não
apresentei as mulheres na física, biologia, música, geografia, política... com o
tempo e estudos fui me sensibilizando (ainda bem que em pouco tempo
rsrs) para a importância de buscar representações femininas,
principalmente nos lugares que tentaram apagá-las, nos lugares de
protagonismo. Olhe que encontrei mulher, einh!!! Então, quando ia
falar da história da independência do Brasil, não tinha como
esquecer 2 de julho e suas fortes mulheres: Maria Felipa, Joana Angélica e Maria Quitéria. Quando falava na luta contra
a escravidão brasileira era necessário apresentar Dandara. Isso no
Ensino Fundamental. Na Educação Infantil Jovelina Pérola Negra,
Maria Thereza, Frida Kahlo, Mercedes Baptista, Zuzu Angel... e um punhado de
outras mulheres foram apresentadas para as crianças. Existe uma
lista imensa de mulheres impressionantes, desde que tenhamos
interesse em pesquisar. Porque tentaram esconder e não conseguem, porque a força dessas
mulheres do livro e outras todas é muito maior. (Clique em cima do nome para saber quem são as mulheres incríveis que cito)
Para problematizar um pouco mais assista:
Acompanhando
essa sede em buscar nossas ancestralidades femininas, muitas
literaturas infantis vem surgindo. Livros que falam de mulheres reais
que mudaram o mundo, para meninas e meninos lerem. Para a menina ver e acreditar que ela pode estar em qualquer
lugar. Para o menino respeitar e aceitar que menina pode fazer o que quiser em qualquer lugar.
As
Cientistas, 50 mulheres que mudaram o mundo é um livro
assim, que mostra grandes descobertas feitas por mulheres. O livro é
lindo! Cada detalhe dele impressiona! Desde a capa até a última
página. Além das 50 mini biografias encontramos um Glossário com palavras importantes e que surgem em alguns momentos do livro. Temos também as fontes de pesquisa da autora que nos dá dicas de filmes e sites interessantes. Um índice remissivo que podemos achar termos e as mulheres incríveis mais fácil. Estatística que mostra como somos poucas na área e uma linha do tempo com alguns marcos na história.
E vamos encontrando outras mulheres, entre conhecidas como Marie Curie e outras que nunca tinha ouvido falar até então como Mae Jemison que é médica, astronauta e educadora.
A autora e ilustradora Rachel Ignotofsky, estadunidense, fez design gráfico e adora dedicar seus dias ao desenho. Esse foi seu primeiro livro, também primeiro a ser
publicado no Brasil. Hoje ela já tem mais dois livros que ainda não
chegaram em nossas terras: I Love Science: A Journal For
Self-discorey and Big Ideas e Women in Sports: 50
Fearless Athletes Who Played To Win. Já na torcida para chegar, principalmente pela forma didática que a artista tem em suas obras, “acredita que a ilustração
é um recurso poderoso para tornar a aprendizagem empolgante”. Bom
para professorxs e reponsáveis por crianças.
Ah!
Vale ressaltar outros detalhes sobre o livro. Primeiro é que ele é
que a editora Blucher não tem um catálogo de livro infantil.
Procurei e só encontrei esse por lá. O que torna o a literatura um
livro infantil para crianças e adultos. Amo isso!!! Outra coisa que
não poderia deixar de falar é que no final há uma lista das
mulheres que participaram do livro aqui no Brasil: divulgadoras,
diagramadoras, tradutoras, coordenadoras, revisoras... Fazendo valer o protagonismo feminino! O livro, nos mostra do início ao fim, a força das mulheres e o quanto podemos transformar. O livro vai encorajar cada pequena leitora que sonha ser cientista.
Uma crítica ao livro... Sim, infelizmente. Entre todas as mulheres não há nenhuma latino
americana. Poderia ficar aqui falando um monte sobre elas, mas a
postagem já está enorme. Então deixo aqui algumas mulheres brasileiras
importantes nas ciências exatas.
Foto: Divulgação L'oreal
Thaísa Bergmann, astrônoma, foi premiada em 2015 pelos seus estudos para compreender de como os buracos negros se formam e evoluem.
Foto: http://radios.ebc.com.br/revista-brasil/edicao/2017-03/cientista-brasileira-cria-sensor-de-cancer
Priscila Kosaka, química, criou teste que detecta vírus do HVI em tempo recorde.
Nise da Silveira, médica psiquiátrica, revolucionou o tratamento da loucura.
Temos muitas outras que você pode pesquisar... aqui só estão algumas, aqui e aqui também... Vamos conhecer e divulgar mais e mais.
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