26 de dezembro de 2016

PÉ DE PALAVRA

Livro: Pé de Palavra
Escritora: Laura Castro
Ilustradora: Elena Landinez
Editora: Independente


O que acontece quando duas artistas de peso se encontram? Um excepcional livro infantil!!!! Assim é Pé de Palavra da artista Elena Landinez e da poeta e artista Laura Castro. Ambas soteropolitanas! Laura de nascimento e Elena de coração, pois nasceu na Colômbia e escolheu Salvador para viver. O livro é produção independente e leva o selo da Sociedade da Prensa e da Edtóra, ambos projetos que a poeta Laura Castro faz parte realizando várias ações maravilhosas. Vale a pena acompanhar!!!



Sou fã do gênero poesia e sempre procuro livros infantis para dividir com as crianças que troco experiências e saberes. Quando encontrei esse livro logo fiquei encantada com tamanha beleza e sensibilidade da dupla de artistas. Ele tem a magia do universo infantil com a boniteza da poesia. Traz para o lúdico a tradução do que é fazer poesia e desperta nas crianças pequenas a delícia de imaginar um pé de poesia, com poesia brotando para todos os lados. 

Confesso que já me imaginei criando uma árvore de poesia para uma turma futura, cada folha um poema! Já para as crianças maiores o livro desmistifica o inalcançável ser poeta, porque vai explicando a leveza do ser:


Para todas as pessoas grandes que mergulharem nessa leitura, os chamados adultos, vem a dica de como fazer crescer essa sementinha da poesia. Seja como leitor, seja como poeta, seja como ilustrador, seja como observador do mundo poesia:


No fim do livro, quando a gente acha que a história acabou ainda encontramos diversão, pois o apresentar das artistas é bem gostoso e de grande identificação com o universo infantil. Elena Landinez gosta de colecionar pedras, flores, clips da rua, entre outras coisas... Laura Castro é escritora de bloquinhos... logo minha pequena gritou: “Mamãe igual a gente!”, pois a Tarsila coleciona pedras, folhas e adora um bloquinho.


Pé de Palavra é assim, gostoso do início ao fim, pois carrega consigo um pouco da ingenuidade infantil!



4 de dezembro de 2016

UMA MULHER DE ZUZUZU... Zuzu Angel na Educação Infantil




Sabe quando você vê possibilidades de trabalhar uma determinada personalidade com as crianças, mas ela tem uma história tão difícil que você quase desiste... pois é, com Zuzu Angel foi assim, mas o quase não faz parte da minha ação então se fico na dúvida corro atrás para colocar em prática e assim foi. 
Começamos apresentando a história de uma mulher que morava em Minas Gerais e após se mudar para o Rio de Janeiro começou fazendo roupa para a alta sociedade carioca até se transformar na grande estilista Zuzu Angel (só um breve resumo para saber mais você pode começar pesquisando no Instituto Zuzu Angel). Outra questão de grande importância na vida da estilista foi a morte do filho Stuart Angel pela ditadura militar. Lógico que essa parte apresentei de forma suave para as crianças do Maternal, dizendo-lhes que a mãe e o filho tiveram um desencontro na vida. Falamos de diferentes e possíveis desencontros e da história de Zuzu em buscar seu filho e através da sua arte, em nenhum momento foi falado de morte e tortura, pois eram pequenos e a ideia foi apresentar a história de uma personalidade feminina. Outra questão foi mostrar como a moda é um elemento importante para contar uma história, um elemento do cotidiano e que tem muito a dizer. Assim as crianças foram conhecendo Zuzu Angel! Como não temos livro infantil sobre a estilista fizemos uma biografia mural que nos acompanhou em todo o projeto, igual com a Mercedes Baptista.

 



Após conhecermos a história de Zuzu Angel e descobrirmos o que é estilista brincamos de ser estilistas. Já havia cortado alguns vestidos nos moldes das roupas dos anjos que são simbolos da marca da Zuzu Angel e foi oferecido para as crianças diferentes materiais com o intuito de que customizassem os vestidos. Alguns materias que Zuzu Angel usava como pedras, madeiras, rendas eram para referenciar os elementos da cultura brasileira... Falamos um pouco sobre a brasilidade na moda da Zuzu. Como eram tecidos diferentes fizemos um sorteio de quem escolheria primeiro, assim trabalhamos a escrita do nome das crianças, pois tinham que reconhecer a escrita do nome sorteado. Em seguida as crianças se deliciaram e aprimoraram a psicomotricidade exercitando o movimento pinça e enfeitando o vestido.



Outra coisa que fizemos foi assistir desfiles de moda, diversos desfiles e principalmente o desfile da Zuzu Angel. Conhecemos melhor o símbolo dos anjos dela e descobrimos que ele representava o filho que ela desencontrou na vida.


Também experimentamos tecidos e várias texturas, observamos estampas e brincamos com os diferentes tecidos que serviu para compor, depois que cada um escolheu a sua estampa, a camisa que eles produziriam. Para fazer a camisa usamos um estêncil do anjo e pincel batedor para trabalhar força com as crianças e as crianças tiveram o desafio de pintar no limite do desenho.

 

 

Após as blusas secarem as crianças foram convidadas à aplicarem os corações nas estampas escolhidas por eles. Também completaram o rosto dos anjos e pintaram as asas porque eles acharam que iam ficar mais bonitos... e se eles sugeriram foi acatado! Lógico!


Também montamos os nossos cartazes. Logo em seguida das crianças finalizarem o primeiro trabalho que era do vestido customizado. Elas colocaram braços, pernas e o rosto no anjo (que era a fotografia de cada criança). Tudo isso pode parecer um trabalho bobo, mas as crianças tinham apenas 3 anos e psicomotricidade e consciência corporal estão em desenvolvimento.


Também costuramos, foi improvisado um agulha de palito de churrasco e linha de lã, muita concentração, coordenação motora e atenção sendo aprimoradas. Desfilamos com nossas produções, ficaram lindas as camisas! Nossas costuras viraram mural e as crianças amaram produzir e conhecer um pouco dessa mulher criativa e forte que levou nossa história para o mundo.


 


24 de novembro de 2016

O MAIOR LUGAR DO MUNDO

Livro: O Maior Lugar do Mundo
Escritor e Ilustrador: Guga Schultze
Editora: Sesi-SP


Qual o maior lugar do mundo?

Você deve ter pensado em um monte de lugares grandiosos... e é disso que o livro fala: de um lugar grande, que está dentro da gente, que é mais que um órgão e que é vital! O coração, esse é o maior lugar do mundo.
A menina que não tem nome no livro, o que possibilita que seja eu, você ou qualquer outra menina está retornando de férias com a família e param em uma praia deserta para descansar. A menina decide explorar o espaço com toda liberdade e curiosidade que a infância permite. Entre conchas e siris, céus, terras e mares confidencia na e para a praia deserta:

                                              “Aqui deve ser o maior lugar do mundo”


Hipótese que cai por terra ao se sensibilizar em ver uma gaivota morta e se entristecer. Tristeza que logo encontra consolo nas palavras de seu pai que a faz compreender que as coisas vivem no nosso coração enquanto acreditamos. Compreendeu principalmente que esse sim é o maior lugar do mundo!
Não pense que contei a história toda e estraguei o final, é que o legal desse livro está no desenrolar da história, na descobrerta do maior lugar do mundo. Um livro sobre vida-morte-vida!

Ah! Um detalhe, não gosto de recomendar idade ideal para ler livro X ou Y, mas quando indico um livro que fala sobre morte surgem perguntas de professores e responsáveis se dá para criança pequena ler. Digo sempre que a literatura é uma excelete forma de ajudar a criança lidar com alguns problemas e que devemos desmistificar a morte... ainda porque é natural e nossa única certeza! Também temos que considerar que se o livro fala de forma bela sobre a morte tem e deve ser apresentado para crianças pequenas, para que haja compreensão sobre a tão temida morte. Eu li para minha filha de 4 anos que amou e para vocês terem certeza disso fica a fala do pai da menina para findar e a dica para os professores que é um ótimo livro para trabalhar o ciclo da vida:



Sobre o autor do livro fiz algumas pesquisas e não consegui saber muito sobre ele, mas Guga Schultze é escritor de texto, crônica e poesia, ilustrador e dos bons... compositor. Achei poucas coisas falando dele, mas vi várias ações do mesmo. Vários livros e vários textos. Não posso dizer nem de que lugar é com certeza, mas acredito que de Belo Horizonte por algumas postagens. Bem... ele não está na rede, mas é produtivo e bom e isso que é importante.

Boa leitura!

28 de outubro de 2016

A MENINA TRANSPARENTE de ELISA LUCINDA.

Livro: A Menina Transparente
Autora: Elisa Lucinda
Ilustradora: Graça Lima
Editora: Galerinha Record

Na ação que estou fazendo pelo Instagram: 45 dias de livros infantis afro-brasileiros, postei um livro que amo e já trabalhei algumas vezes em sala de aula, então me deu uma baita vontade de compartilhar com vocês as atividades feitas, só que procurando daqui e dali fotos descobri que não tenho todas as fotos de atividades – é recente o ato de fazer registros das atividades desenvolvidas em sala de aula... mas algumas poucas imagens da tuma do ano passado tenho, foi maternal com criança de 3-4 anos.


A Menina Transparente é um livro que dá vontade de ler para todo mundo, porque toda vez que compartilho só vejo olhares atentos e curiosos e um monte de gente querendo ansiosamente acertar o enigma do livro. Sim, crianças e adultos de todas as idades ficam curiosos em saber do que é que a poesia fala. Elisa Lucinda foi genial em fazer esse livro, pois com maestria uniu a poesia com o brincar de adivinhar. Palmas para ela de pé (como sempre)!!!!! Outro ponto interessante do livro é a ilustração de Graça Lima que faz dos detalhes de renda que estão no cabelo da Menina Transparente ou no fundo de um cenário dão um toque delicado que faz parecer que o livro foi feito especialmente para quem está lendo... o que na realidade foi!!!!


"Alguém aqui sabe que é transparente?" Como quase sempre começo um projeto ou uma aula com pergunta, lancei essa... O que aconteceu de diferente foi a reação das crianças que pareciam nunca ter ouvido aquela palavra TRANSPARENTE, geralmente tem um monte de respostas. Toda vez que encontro olhares curiosos e sem resposta acho mais difícil a aula... gosto de partir do conhecimento deles, mas como também amo desafio embarcamos nessa e contei a história que fez surgir um montão de perguntas sobre o transparente.



Então recorri ao meu saco mágico que estava recheado de objetos transparentes, as crianças foram percebendo entre um copo de vidro e uma tampa de plástico o que era transparente... fomos experimentando o olhar para o outro através da transparência... sim, convidei os alunos a se olharem, acho isso imprescindível nas relações humanas então sempre que posso faço. Assim experimentamos o transparente, aprendemos sobre e construímos um conceito do que é o melhor de tudo:
 “Transparente e aquilo que quase não se vê, mas existe”

 
Lógico que o conceito só aconteceu depois de experimentarmos e lermos o livro lindo da Elisa Lucinda, no qual além do conceito de transparente as criança fizeram várias observações do tipo: “Como essa menina é linda!”; “Parece a S. e a P.!” Que só me fez ter a certeza que crianças representadas são crianças felizes!


Essa foi uma aula, de um dia, que para finalizar fizemos registros com desenho, é sempre bom registrar o saber compartilhado. Como disse anterirormente fiz outras atividades com turmas de Educação Infantil usando o livro, Em outro projeto que fiz com o livro foi para trabalhar os sentimentos. Falamos que poesia era fruto do sentimento. Lemos outras poesias e livros sobre sentimento durante todo projeto e fiz duas atividades: A primeira levei carinhas que representavam sentimentos e assim trabalhamos o como eles se sentiam ao longo do projeto nas rodas dialógicas. Depois associamos as cores, assim as crianças iam aprendendo as cores, aos sentimentos. Lembro-me que o amarelo era medo, então nesse dia usamos também o livro Chapeuzinho Amarelo do Chico Buarque. Assim construímos um mural que era uma paleta de cores com sentimento: o AMARELO do MEDO, o VERMELHO do AMOR (porque é a famosa cor do coração), o PRETO da CALMA (eles queriam colocar dormir, mas expliquei que não era sentimento e chegamos até a calma porque é como a gente fica –  ou pelo menos quer ficar – quando dorme) e por aí foram vários que não me lembro mais... Também observamos os ambientes coma as cores usando papel celofone nos olhos. Outra atividade legal foi pregar um plástico do alto ao chão como se fosse parede (fiz um tipo um varal bem mais alto que as crianças e usei fita crepe para fixar no chão o plástico) e conividei todos para desenharem ao mesmos tempo sobre o livro. Era interessante que um ia ntereferindo no desenho do outro porque o plástico era transparente e coloquei crianças de um lado e de outro, mas o melhor de tudo foi falar dos diferentes sentimentos e saber que podemos lidar com eles sem que virem monstros e que existem. Que são transparentes, mas existem!



17 de outubro de 2016

45 dias de livros infantis afro, os 55 livros!

https://www.instagram.com/explore/tags/encontrosconfabulantes/
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https://www.instagram.com/luzananda/

Na postagem anterios expliquei o que era a ação 45 dias de livros infantis afro que você pode acompanhar pelo #livroinfantilafro e #encontrosconfabulantes. Aqui vou colocar a imagem de todas as capas dos livros que postei no Instagram. Para saber mais sobre os livros é só clicar nos # acima que a cada foto uma breve explicação. Alguns livros já citei aqui no blog, é só acessar em Literatura Afro-brasileira na barra lateral da página que tem explicação detalhada de cada livro postado e algumas atividades que já realizei. Delicie-se!!!!  

Ah!!! Essa postagem será atualizada diariamente, até o dia 20 de novembro quando publicarei o último dia da ação que eram de 45 livros e já viraram 50 livros ;-)